Respeitabilíssima Mãe

- Avdótia Românovna, há ofensas que, por maior que seja a nossa boa vontade, não é possível esquecer. E em tudo há um limite que é perigoso transpor, porque, uma vez transposto, já não há como voltar atrás.


[ Dostoiévski | Crime e Castigo | página {329} ]

Feiosinha

-Hum! Sim! Mas o que é que eu ia contar a vocês? Já quase não me lembro. Era uma moça doente - continuou, como se tornasse a mergulhar nos seus pensamentos íntimos, e de olhos baixos, perdidos no vazio -, gostava de socorrer os pobres e sonhava entrar para um convento, e uma vez começou a chorar quando me falou disso; sim... sim... eu me lembro, lembro muito bem. Feiosinha... de cara. Nem eu sei, verdadeiramente, por que é que me comprometi com ela; talvez por ela estar sempre doente... Se fosse entrevada ou corcunda gostaria ainda mais dela... - sorriu pensativo. - Aquilo foi... uma febre de primavera.


[ Dostoiévski | Crime e Castigo | página {255} ]